Senado aprova em 1º turno projeto que tira precatórios do teto do arcabouço fiscal
Senado aprova PEC de renegociação da dívida municipal, mas votação final fica para agosto. Proposta busca aliviar a pressão fiscal sobre os municípios e reestruturar o pagamento de precatórios e dívidas previdenciárias.
Senado aprova PEC de renegociação da dívida dos municípios
O Senado aprovou, em primeiro turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para renegociação da dívida dos municípios. A votação em segundo turno ocorrerá apenas em agosto, quando retornarem os trabalhos legislativos.
O relator, Jaques Wagner (PT-BA), não estava presente durante o adiamento da conclusão da votação.
A versão aprovada na Câmara modifica o teto de gastos para incluir as despesas com precatórios, que são dívidas originadas de decisões judiciais definitivas. O teto é ajustado anualmente pelo IPCA mais 2,5% de ganho real.
No início de 2023, o STF liberou o Executivo a pagar parte das despesas fora das regras fiscais. Serão pagos R$ 58,6 bilhões dentro das normas e R$ 44,1 bilhões fora, totalizando R$ 102,7 bilhões. Essa autorização vale até 2026.
A PEC propõe integrar gradualmente o custo dos precatórios às metas fiscais, iniciando em 2026 com 10% do montante devido. A transição levará 10 anos.
Dívidas municipais
- A proposta traz novos parcelamentos de débitos previdenciários e limites para o pagamento de precatórios.
- Retirado o prazo de pagamento até 2029, a correção seguirá o IPCA mais 2% de juros simples, ao invés da Taxa Selic.
- Gastos municipais com precatórios limitados a 5% da Receita Corrente Líquida do ano anterior.
Dívidas previdenciárias
- Parcelamento ampliado de 60 para 300 meses para municípios e estados com o Regime Geral de Previdência.
- Correção modificada para IPCA com juros reais escalonados.
- Cidades podem solicitar redução de juros ao antecipar pagamentos.
Desvinculação
- Em 2026, 50% das receitas municipais serão desvinculadas de despesas obrigatórias.
- Índice cairá para 30% entre 2027 e 2032.
- Até 25% do superávit financeiro dos fundos públicos também será desvinculado.