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Senado aprova liberação de R$ 4 bilhões de recursos cancelados, inclusive do orçamento secreto

Projeto do Senado libera R$ 4,3 bilhões em emendas parlamentares e "restos a pagar" para obras inacabadas. Proposta segue agora para sanção do presidente Lula, mantendo algumas controvérsias sobre transparência nas despesas.

Senado aprova liberação de recursos que foram cancelados em 2024, incluindo emendas do "orçamento secreto". A votação, realizada nesta quarta-feira (19), teve o resultado de 66 a 2. A proposta agora segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O projeto, apresentado pelo líder do governo Randolfe Rodrigues (PT-AP) e relatado por Carlos Portinho (PL-RJ), tem impacto financeiro de até R$ 4,3 bilhões. Os valores liberados poderão custear obras inacabadas.

A proposta considera despesas discricionárias e emendas de comissão. As emendas relator, ou "orçamento secreto", foram consideradas inconstitucionais pelo STF em 2022, devido à falta de transparência sobre os autores do gasto.

Os recursos, parados de 2019 a 2022, poderão ser utilizados até o fim de 2026. O Congresso já aprovou novas regras para emendas parlamentares, mas ainda há brechas que ocultam os nomes dos parlamentares envolvidos.

O projeto também aborda os "restos a pagar não processados", referindo-se a valores empenhados, mas ainda não liquidados. Apesar da previsão de R$ 4 bilhões, Davi Alcolumbre (União-AP) mencionou R$ 16 bilhões em discurso.

Somente projetos com licitação iniciada serão contemplados. A proposta deve seguir a Lei de Responsabilidade Fiscal e regras de transparência. Não poderão ser pagos valores relacionados a obras sob investigação, a menos que as irregularidades estejam sanadas.

Senadores de ambas as partes acreditam que o projeto não viola decisões do ministro do STF, Flávio Dino, que anulou R$ 7 bilhões em emendas por falta de transparência.

As emendas parlamentares destinam-se a obras e projetos nas bases eleitorais dos deputados e senadores, com pagamentos executivos.

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