Senado barra plano de Petro de passar reformas via consulta popular
Governo colombiano sofre derrota no Senado com a rejeição da consulta popular para reforma trabalhista. Acusações de fraude e tumulto marcam a sessão, refletindo a intensa polarização política no país.
Clima de tensão tomou conta do Senado da Colômbia nesta quarta-feira (14), após a derrota do governo do presidente Gustavo Petro. A proposta de consulta popular para a reforma trabalhista foi derrubada com 49 votos contra e 47 a favor.
Após o resultado, gritos, insultos e acusações de fraude surgiram. O presidente do Senado, Efraín Cepeda, pediu ordem, enquanto o secretário da presidência saiu escoltado.
O governo proporcionou 12 perguntas aos colombianos para modificar a legislação trabalhista. O presidente Petro acusou fraude, destacando um suposto erro na contagem do voto do senador Edgar Diáz, que foi registrado como "não". Ele reafirmou: "Essa é a fraude. O povo não pode mais ser privado da vitória."
A lista de propostas incluía:
- Jornada de trabalho com no máximo 8 horas diárias;
- Garantia de licença médica, incluindo para cólicas menstruais incapacitantes;
- Eliminação da terceirização abusiva;
- Cotas mínimas de contratação para pessoas com deficiência;
- Salários justos para trabalhadores rurais.
Essas propostas foram consideradas mais brandas do que as inicialmente defendidas por centrais sindicais que apoiam Petro. Em março, a reforma já havia sido rejeitada no Senado.
Com a derrota da consulta, a reforma trabalhista deve ser discutida novamente, agora por uma comissão diferente.
O governo queria ouvir os colombianos sobre as mudanças na legislação trabalhista.