Senado votará derrubada do IOF se houver aval da Câmara
Davi Alcolumbre anuncia votação do PDL para sustar aumento do IOF caso aprovado na Câmara, surpreendendo a cúpula do governo. Cresce a insatisfação no Congresso devido à demora no empenho de emendas e a escolha de relator polêmico para o projeto.
Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), pautará o PDL (Projeto de Decreto Legislativo) para sustar o aumento do IOF nesta 4ª feira (25.jun.2025) se aprovado na Câmara.
Uma votação simultânea nas duas Casas é rara. Alcolumbre mantém proximidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas congressistas demonstram irritação com o governo devido à demora no empenho das emendas.
Recentemente, o governo acelerou o empenho, liberando mais de R$ 831 milhões. O total para 2025 é de R$ 1,73 bilhão, próximo dos R$ 2 bilhões planejados até junho.
A audiência do ministro do STF, Flávio Dino, sobre a execução das emendas também enfrenta críticas. Líderes de oposição acreditam que Dino tem suportes do Palácio do Planalto para alterar regras de pagamento.
A possível derrubada do decreto do Executivo que elevou o IOF era esperada, mas a votação do PDL na Câmara foi antecipada por Hugo Motta (Republicanos-PB), surpreendendo o governo.
O líder do PT, Lindbergh Farias, acredita que a derrubada do aumento do IOF é certa. O foco agora será no debate político sobre o tema. Uma reunião emergencial foi convocada, mas Motta negou discussão entre os líderes do governo.
Motta nomeou Coronel Chrisóstomo (PL-RO), da oposição, como relator do PDL, o que foi mal recebido pelos líderes do governo. Lindbergh criticou essa escolha como uma “provocação meio infantil”.
Em 16 de junho, a Câmara aprovou requerimento de urgência para sustar o decreto do ministro Fernando Haddad. Essa derrubada seria mais uma derrota do governo dentro do Congresso.