Senadores questionam formação de indicada a Tribunal Militar e senadoras acusam colegas de machismo
Sabatina de Verônica Abdalla Sterman gera controvérsias no Senado, com ataques à sua formação acadêmica e defesa da indicação por senadores. A advogada, que poderia se tornar a segunda mulher no STM, enfrenta críticas de machismo por parte da oposição.
Sabatina de Verônica Abdalla Sterman, indicada para o Superior Tribunal Militar, gerou polêmica no Senado. Questionamentos sobre seu currículo foram vistos como machismo por senadoras.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou a indicação de Sterman, que será votada no plenário hoje.
O líder do PL, Carlos Portinho (RJ), criticou a formação da advogada, apontando que seu mestrado em direito processual penal na USP não foi concluído. Portinho afirmou que a advogada não é nem mestranda, pois interrompeu seus estudos em 2017.
No entanto, Sterman explicou que interrompeu seus estudos devido a uma gravidez de risco e a internação do pai. Ela ressaltou que seu orientador recomendou incluir a informação sobre a qualificação no currículo, embora não tenha defendido a tese.
Parlamentares de governo apoiaram Sterman. Eduardo Braga (MDB) pediu que sua bancada votasse a favor da indicação, destacando seu notório saber jurídico e conduta ilibada.
Senadora Augusta Brito (PT-CE) e Soraya Thronicke (Podemos-MS) criticaram o questionamento de Portinho como um ato de sexismo, defendendo a importância da presença feminina nas indicações.
Sterman comentou que essa foi a primeira vez que sua formação foi questionada e reconheceu que isso faz parte do processo de sabatina.
Requisitos para o cargo exigem saber jurídico, conduta ilibada e mais de dez anos de profissão. Se aprovada, Sterman será a segunda mulher a integrar o STM, seguindo a atual presidente, Maria Elizabeth Rocha.