Ser PJ só compensa com 20% a mais de salário; veja como fazer as contas
Com a crescente adoção do modelo PJ, trabalhadores devem redobrar a atenção ao calcular salários e benefícios. Entender as diferenças em direitos trabalhistas é crucial para garantir uma estrutura financeira equilibrada.
A crescente demanda por profissionais no modelo Pessoa Jurídica (PJ) impulsiona a necessidade de considerar custos e benefícios para manter uma estrutura financeira equivalente a um trabalhador da CLT.
Um especialista da Rico, Antônio Sanches, indica que um PJ deve receber quase 20% a mais que um CLT com salário de R$ 2 mil para igualar o padrão de vida.
As principais diferenças entre CLT e PJ incluem:
- Férias Remuneradas: CLT recebe valor adicional anualmente;
- 13º Salário: salário extra garantido pela Constituição;
- FGTS: depósito mensal de 8% do salário, funcionando como uma poupança.
Ricardo Christophe da Rocha Freire, do escritório Gasparini, explica que as remunerações PJ podem parecer mais altas, mas o trabalhador perde direitos trabalhistas. É crucial que o PJ contabilize esses custos ao definir sua tarifa.
Para um PJ equiparar ao salário de um CLT de R$ 2 mil, o cálculo dos benefícios anuais é:
- Férias: R$ 660;
- 13º Salário: R$ 2 mil;
- FGTS: R$ 1.920.
O total de benefícios anuais é de R$ 4.580, resultando em um total de R$ 28.580 anuais para o CLT, ou R$ 2.381,67 mensais. Assim, um PJ precisaria de 19% a mais para equivaler.
Além disso, benefícios como vale-refeição, saúde e previdência privada incrementam essa diferença. Sanches ressalta que impostos também influenciam nas comparações financeiras.
Na média salarial de R$ 3.378, um PJ precisaria de 15% a mais para equiparar-se. O planejamento financeiro é essencial, já que o PJ deve gerir investimentos e preparar-se para ausências de benefícios garantidos pela CLT.
A dica é investir consciente e planejar férias e “13º salário” de forma autônoma.