Serviço geológico enfrenta restrição orçamentária e corre para mapear minerais críticos do Brasil
SGB busca parcerias estaduais para mapear geologia e explorar minerais críticos. A inciativa visa acelerar a descoberta de reservas essenciais para a transição energética do Brasil, em meio a restrições orçamentárias.
SGB busca parcerias para mapear geologia brasileira
Em meio a restrições orçamentárias, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) está tentando estabelecer parcerias com governos estaduais para mapear a geologia do país e localizar reservas de minerais essenciais para a transição energética.
Os primeiros países a ativar grandes minas ganham peso geopolítico e criam mercados rapidamente. Por exemplo, os EUA firmaram um acordo com a Ucrânia para acesso a reservas de terras raras.
O Brasil possui alto potencial, mas sua geologia é pouco conhecida em comparação a países desenvolvidos. O SGB é o responsável por fornecer informações geológicas às mineradoras.
Um exemplo é o lítio em Minas Gerais, vital para baterias de veículos elétricos. Desde 2012, o SGB lançou dados que atrairam várias empresas para a exploração.
Atualmente, apenas 27% do Brasil está mapeado na escala 1:100 mil. Para mapear o restante, o SGB precisaria de 110 anos com a equipe atual de 600 geólogos.
Como alternativa, o SGB quer intensificar o uso do levantamento aerogeofísico, que levantou dados de 50% do país entre 2011 e 2015. Contudo, isso requer altos investimentos.
A empresa Xcalibur venceu a licitação para levantar dados de um milhão de quilômetros lineares, com custo estimado em R$ 700 milhões, superior ao orçamento do SGB em 2023 de R$ 633 milhões.
O SGB planeja estabelecer parcerias com estados que desejam mapear seus territórios. Eles têm R$ 17 milhões para o início e a promessa de mais R$ 100 milhões do governo federal.
A prioridade será áreas com grande potencial mineral, como em Minas Gerais, Pará e outros estados do Nordeste. A pressão política sobre o SGB é um desafio, dificultando a independência nas decisões.
Mesmo com desafios, a estruturação do SGB é crucial para o posicionamento do Brasil na corrida por minerais críticos. Entre 2004 e 2014, foram investidos cerca de US$ 183 milhões em levantamentos geológicos.