Servidores dizem ser alvos de retaliação e assédio moral no IBGE
Servidores denunciam retaliações e assédio moral no IBGE, com propostas de mudança que os colocariam em área de risco. Carta assinada por técnicos aponta questões sobre autoritarismo e falta de justificativa para a transferência das gerências.
Servidores do IBGE denunciam retaliação e assédio moral
Um grupo de servidores do IBGE, sob a presidência de Marcio Pochmann, afirma ser alvo de retaliação e assédio moral. Os relatos estão em uma carta assinada por 11 técnicos de duas gerências: Gecoi e Gedi.
A mudança proposta para um complexo do IBGE em Parada de Lucas, zona norte do Rio, é contestada pelos servidores, que alegam um "insólito argumento" para a relocação. O novo local vizinho a áreas com forte crime organizado abrigaria 12 servidores.
A mudança ocorre após questionamentos dos servidores sobre medidas da gestão Pochmann, incluindo uma publicação que, segundo eles, continha propaganda política, o que contraria as diretrizes do IBGE.
Desde a década de 1990, as gerências atuam na região do Maracanã. A carta destaca um clima de "personalismo" no IBGE, levando a pedidos de exoneração em direções superiores. "Ambas as unidades se tornaram objetos de retaliação e assédio moral", afirmam os servidores.
A Folha de S.Paulo tentou contato com a direção do IBGE, sem retorno até a publicação.
Após uma crise interna em setembro do ano passado, a gestão tem rebatido acusações de autoritarismo. Pochmann declarou que o IBGE passava por uma "transformação importante".
O documento dos servidores questiona a necessidade da proximidade física das gerências às atividades gráficas, destacando a desativação iminente da unidade em Parada de Lucas devido à violência local.
Em junho do ano passado, o IBGE anunciou a instalação da agência de São João de Meriti em Parada de Lucas, com a promessa de redução de gastos operacionais.