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Setor da construção vê risco em mudanças no crédito imobiliário e prega cautela

Setor da construção civil expressa preocupações sobre proposta de crédito imobiliário do governo, temendo aumento nos custos e incertezas no financiamento. Mudanças no uso de recursos da poupança podem impactar diretamente a comercialização de imóveis e o equilíbrio do sistema bancário.

Proposta do Governo Lula para Crédito Imobiliário

A proposta de flexibilização do uso de recursos da poupança e um novo modelo de crédito imobiliário é vista com ressalvas pela construção civil. O setor teme desorganização na produção e comercialização de imóveis, além de um abalo no sistema bancário devido a riscos sistêmicos.

O novo modelo estudado pelo governo não garante taxas de juros baixas, podendo aumentar os custos de financiamento e prejudicar a venda de imóveis. O SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) teria maior flexibilidade, permitindo que bancos utilizem recursos para outras aplicações, desde que concedam empréstimos habitacionais equivalentes.

Atualmente, os bancos devem destinar 65% dos depósitos da poupança para financiamentos imobiliários e deixar 20% como depósito compulsório no BC. Na nova proposta, essa exigência seria eliminada, e o financiamento da casa própria dependeria de recursos de mercado, geralmente mais caros.

A pressa do governo em anunciar mudanças até agosto gera incomodidade no setor. O novo modelo poderia ser implementado sem aprovação do Congresso Nacional, via resolução do CMN (Conselho Monetário Nacional).

O prazo inicial para o uso flexível do dinheiro da poupança seria de cinco anos, levantando preocupações sobre a equalização das taxas de juros antes do fim dos contratos. Líderes do setor pedem cautela e ajustes pontuais nas regras existentes.

A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) apoia a busca por novas fontes de financiamento, mas ressalta a necessidade de uma análise profunda das implicações. O setor acredita que a melhora nas condições de financiamento está mais atrelada à redução da taxa Selic do que a novas fontes de recursos.

O presidente do Secovi-SP, Ely Wertheim, sugere ajustes para liberar parte do compulsório para instituições que investem mais em habitação, enquanto Luiz França, da Abrainc, propõe a liberação imediata de 10% dos recursos parados no compulsório para testar o novo modelo.

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