Setor de pescados age para abrir mercado na Rússia e contornar tarifaço de Trump
Brasil busca abrir mercado russo para pescados, visando reduzir impacto da sobretaxa americana. Setor aguarda avaliação das autoridades russas sobre habilitação de empresas brasileiras para exportação.
Setor de pescados brasileiro busca novo mercado
O setor de pescados no Brasil, atingido pela sobretaxa de 50% dos EUA, está se movimentando para abrir exportações para a Rússia. Em julho, o governo brasileiro solicitou a habilitação de 15 empresas de pescados para este novo mercado.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) lidera o processo, enviando documentação sanitária para análise. Dentre as empresas, seis são do Nordeste, e as demais estão localizadas em estados como Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Pará.
A Rússia também enviou pedidos de habilitação para seus estabelecimentos exportarem ao Brasil, em um processo de reciprocidade. Esta ação representa um esforço para fortalecer o comércio pesqueiro, em meio a tensões comerciais com os EUA.
O presidente da Abipesca, Eduardo Lobo, alertou que o setor enfrenta paralisia, afetando 3 mil trabalhadores. Apesar do respaldo do vice-presidente Geraldo Alckmin, o Ministério da Economia hesita em oferecer linhas de crédito acessíveis.
Além da abertura de novos mercados, o setor pede que o governo compre estoques de pescado destinados aos EUA, para inclusão em programas de alimentação pública. Essa ação visa não apenas ajudar as indústrias, mas também fortalecer a segurança alimentar.
O setor pesa cerca de R$ 20 bilhões anuais, com US$ 600 milhões em exportações. Aproximadamente 70% a 80% dessas exportações vão para os EUA. A tilápia e a lagosta são alguns dos produtos mais afetados, com a maior parte da produção destinada ao mercado americano.