Setor de saúde discute novo modelo de plano restrito a consultas e exames
Modelo de plano de saúde proposto pela ANS visa aumentar acesso a serviços médicos, mas gera debate sobre sua eficácia. A possibilidade de atender milhões de brasileiros sem cobertura tradicional levanta preocupações sobre o impacto no SUS e na saúde pública.
Proposta da ANS: Um plano de saúde exclusivo para consultas e exames está em compasso de espera desde maio, avaliado por uma câmara técnica. O projeto exclui atendimentos de urgência e internação.
Objetivo: Ampliar o setor de saúde, estagnado em 50 milhões de usuários por 10 anos. O público-alvo são consumidores sem plano de saúde tradicional, dependentes do SUS.
Visão das operadoras: O novo tipo de contrato pode expandir a disputa com cartões de desconto, que atualmente não são regulados. Estimativas de usuários desse mercado variam entre 40 e 60 milhões.
Crescimento do setor: Luciane Infanti, da consultoria Eloss, relata um comprometimento do orçamento das famílias com gastos privados em saúde, impulsionado por clínicas populares e cartões de desconto.
- Classe C: 34% dependem apenas do SUS, 20% têm plano de saúde e 46% usam atendimentos privados não cobertos.
- Movimentação financeira: Em 2023, total de R$ 578,03 bilhões em saúde privada no Brasil; R$ 275,27 bilhões a planos de saúde.
Oportunidade: Os 27,6 milhões de trabalhadores formais sem plano de saúde podem ser beneficiados pelo novo projeto. A ANS afirma que isso pode desafogar o SUS na atenção primária, facilitando diagnósticos precoces.
Demoras no SUS: 42% dos brasileiros consideram a demora em agendamentos o principal problema da saúde pública. Apenas 16% avaliam o SUS positivamente.
Interesse na proposta: 24% demonstraram muito interesse no produto simplificado da ANS, mas 39% rejeitaram a ideia. O plano cobre apenas atendimentos básicos e pode sobrecarregar o SUS.
Avisos: Atendimentos mais complexos, como cirurgias e quimioterapias, precisarão ser pagos pelo paciente ou através do SUS. Rudi Rocha alerta que o plano pode aumentar a pressão nas capacidades já limitadas do sistema público.