Setor mineral exporta US$ 20 bi e mira tarifaço dos EUA
Exportação mineral do Brasil recua, mas volume embarcado aumenta no 1º semestre de 2025. Setor enfrenta tensão comercial com os EUA e busca reduzir dependência da China em minerais críticos.
Setor mineral brasileiro exporta US$ 20,1 bilhões no 1º semestre de 2025, queda de 6,5% em relação ao ano anterior. Números foram divulgados pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) em 5 de agosto de 2025.
Volume embarcado aumentou 3,7%, totalizando 192,5 milhões de toneladas. O faturamento total da mineração chegou a R$ 139,2 bilhões, com um avanço de 7,5%.
O minério de ferro representou 63% do volume exportado, mas registrou uma queda de 8,2% no faturamento, totalizando R$ 73,5 bilhões.
A China foi o principal destino das exportações, absorvendo 68,1% do total em toneladas. As importações vieram de:
- Estados Unidos (22%)
- Rússia (20%)
- Austrália (12%)
- Canadá (12%)
Em relação ao tarifaço norte-americano, que entra em vigor em 6 de agosto, o Ibram expressou preocupação, especialmente com o vanádio. Raul Jungmann, presidente do instituto, afirmou que o setor está em diálogo com o governo.
Alguns produtos afetados pelas novas tarifas incluem vanádio, mas itens como ferro (25,7%), nióbio (10,6%) e ouro semi-manufaturado (12,2%) não serão impactados.
Jungmann destacou que o Brasil não abrirá mão da soberania sobre seus minerais críticos e apoiou a declaração do presidente Lula. Ele também comentou sobre o PL 2.780 de 2024, que trata das terras raras, e acredita que há boas chances de aprovação antes da COP30 de 2025.
O diretor de Assuntos Minerários do Ibram, Júlio Nery, afirmou que ainda não há consenso sobre quais minerais são críticos e estratégicos, destacando a necessidade de uma atualização contínua da lista dos minerais estratégicos do Brasil.
Essa lista atualmente inclui cerca de 20 minerais e precisa ser revisada regularmente para acompanhar as mudanças do mercado global e prioridades nacionais.