Setores afetados esperam ação do governo e buscam mercados
Setores de café e pescados aguardam medidas do governo para minimizar os impactos do novo Imposto de Importação de 50% nos EUA. A falta de ações concretas preocupa os exportadores, que enfrentam custos elevados e a necessidade de diversificar mercados.
Setores afetados pelo tarifaço dos EUA, como café e pescados, aguardam medidas do governo para mitigar perdas devido ao novo Imposto de Importação de 50%.
Café: O Brasil, principal fornecedor dos EUA, representa 33% das importações. O presidente da Cecafé, Márcio Ferreira, afirma que a estratégia dos importadores é adiar embarques após aumento de estoques.
A difícil mensuração do prejuízo real se deve à busca por isenção ou igualação da tarifa a outros produtores, como o Vietnã.
Custos com atrasos: O setor arca com custos de estocagem e deságio nos contratos futuros em Nova York. Durante reunião com o vice-presidente, estratégias de diversificação de mercados foram discutidas, mas sem soluções concretas.
Pescados: Eduardo Lobo, presidente da Abipesca, critica a falta de propostas do governo e indica que realocar a produção não é viável. O setor necessita de R$ 800 milhões para estocar, garantindo a captura de 4 mil toneladas de atum para o mercado americano.
Lobo pleiteia empréstimos a juros subsidiados abaixo de 5% para sustentar o estoque e buscar novas alternativas de mercado.
Se o produto for redirecionado ao mercado interno, preços podem cair e afetar a operação dos barcos.
Ferreira pediu aumento temporário da alíquota do Reintegra de 2% a 3% para diminuir prejuízos. O café brasileiro atende ao mercado interno, mas o excedente perderia qualidade se estocado.
Produtos não adquiridos por importadores americanos podem ser direcionados à Ásia e Europa, embora não seja uma solução rápida.
Importadores afirmam que, mesmo com a tarifa, a ausência do café brasileiro afetaria suas operações significativamente.