Setubal diz que investimentos neste ano serão cautelosos diante de juros em alta e Trump
Itaúsa mantém cautela em investimentos e foca na redução da dívida diante da adversidade econômica. CEO aponta incertezas políticas e previsão de juros altos como fatores de preocupação para o crescimento.
Alfredo Setubal, CEO da Itaúsa, afirmou em teleconferência nesta terça-feira (18) que a alta dos juros no Brasil e as políticas de Donald Trump irão desacelerar a economia. Por isso, a empresa está cautelosa em relação a novos investimentos.
Setubal prevê aumento na Selic de um ponto percentual na quarta-feira (19/3) e menciona que a economia ficará desaquecida, o que motiva a cautela nos investimentos e foco na redução da dívida.
Ele também comentou sobre a incerteza gerada pelas políticas de Trump e o nervosismo das eleições no Brasil. O foco será evitar novos investimentos em 2024 e priorizar a redução da dívida.
A Itaúsa reportou um lucro líquido recorrente de R$ 14,78 bilhões em 2024, com alta de 22% em relação ao ano anterior. Deste total, R$ 15,7 bilhões vieram do Itaú Unibanco.
Setubal e Priscila Grecco, diretora de Administração e Finanças, destacaram o desconto excessivo das ações, que chega a 24,5%, representando R$ 95,3 bilhões. Eles acreditam que isso representa uma oportunidade de investimento.
Setubal previu um crescimento econômico de 2,5% para este ano, impulsionado pelo agronegócio. Ele mencionou que a redução da dívida e o refinanciamento de dívidas melhoraram os resultados financeiros da holding.
A empresa alongou o custo médio de dívidas, reduzindo a taxa de debêntures de 1,98% para 1,54% ao ano, com um dividend yield de 10,8%. Setubal não vê oportunidade para novos investimentos, focando no crescimento orgânico.
Sobre aumentar a participação em ativos, ele se mostrou contra, especialmente no Itaú Unibanco, onde a participação já é de 37%, preferindo reduzir a concentração.