Siderúrgicas brasileiras não jogam a toalha e ainda veem espaço para adiamento de tarifa dos EUA
Empresas brasileiras apostam em negociações com os EUA para adiar tarifa de 25% sobre aço e alumínio. Governo Lula busca manter acordos que envolvem a balança comercial e a produção siderúrgica entre os países.
BRASÍLIA - A tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio de outros países entra em vigor nesta quarta-feira, 12, conforme confirmado pela Casa Branca.
Empresas siderúrgicas brasileiras ainda acreditam haver espaço para o adiamento da medida. O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, acredita que o governo americano pode mudar de ideia.
Ele aponta que os EUA importam 6 milhões de toneladas de placas de aço por ano e que a mudança não ocorre rapidamente, pois o custo será repassado ao consumidor americano.
No Itamaraty, a situação será reavaliada hoje e as conversas com os EUA continuam. Na semana passada, o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, pediu o adiamento da medida por 30 dias.
O argumento brasileiro baseia-se na balança comercial favorável aos EUA e na complementaridade da produção de aço entre os dois países.
Interlocutores mencionam um clima amistoso nas negociações, marcando a reabertura de canais que estavam fechados desde a eleição de Trump. No entanto, a discussão permanece focada no aço e no alumínio.
O governo brasileiro busca manter o acordo vigente desde 2018, que limita a exportação de aço do Brasil. A cota atual é de 3,5 milhões de toneladas de aço semiacabado e 687 mil toneladas de aço elaborado por ano.
Marco Polo observa que a medida não é direcionada apenas ao Brasil, mas a todos os exportadores. O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, atrás do Canadá, que já enfrenta tarifa de 50%.