Sinal amarelo: Fed mantém juros, mas reduz espaço para cortes no longo prazo
Federal Reserve projeta um cenário econômico desafiador, com inflação persistente e crescimento reduzido. As revisões nos indicadores macroeconômicos indicam uma abordagem cautelosa para possíveis cortes futuros nas taxas de juros.
Federal Reserve mantém juros estáveis e projeta cenário desafiador para a economia.
Na reunião de quarta-feira (18), o Fed revisou suas projeções e indicou inflação persistente, crescimento fraco e cortes de juros contidos até 2026.
- Inflação PCE: de 2,7% para 3% em 2024, núcleo a 3,1%.
- Crescimento do PIB: de 1,7% para 1,4%.
- Desemprego: aumento da projeção de 4,4% para 4,5%.
- Expectativa de juros para 2026: mediana de 3,6%, com apenas um corte esperado.
Apesar disso, o Fed mantém a previsão de dois cortes em 2025, gerando otimismo momentâneo nos mercados.
André Diniz, economista-chefe da Kinea, destacou que inflation expectativa se ajustou para cima, superando projeções de mercado.
Tarifas comerciais de Trump são reconhecidas como fator que pode elevar preços e impactar inflação de forma prolongada.
Jerome Powell considera a economia sólida mas reconhece incertezas. O Fed se mostra cauteloso e disposto a observar dados futuros.
Analistas concordam que a nova abordagem é uma manutenção com viés de afrouxamento, sem pressa de agir.
- Dan Siluk: Fed pronto para agir se inflação e mercado de trabalho enfraquecerem.
- Charlie Ripley: dilema entre inflação alta e deterioração econômica poderá travar política do Fed.
- Andressa Durão: alta expectativa de inflação até 2026 frustra algumas previsões de mercado.
Após declarações de Powell sobre inflação futura, o entusiasmo do mercado diminuiu. O S&P 500 caiu abaixo de 6.000 pontos.
No cenário, Donald Trump pressiona o Fed por cortes mais agressivos, citando o peso da dívida pública.
Conclusão: A manutenção dos juros e expectativas de cortes dependem da confirmação dos impactos das tarifas comerciais e da atividade econômica na inflação.