Síria enfrenta desafios existenciais após a queda do ditador Bashar al-Assad
Síria enfrenta dilemas críticos após a queda de Assad, com desafios econômicos e políticos. Novo presidente Sharaa busca legitimar seu governo em meio a uma sociedade dividida e à crescente pressão para garantir a paz e a democracia.
Rebeldes síriosmeio milhão de mortos.
A reconstrução da Síria enfrenta desafios econômicos e políticos:
- Crise econômica: 30% das residências destruídas; 6 milhões de refugiados; 90% da população abaixo da linha da pobreza.
- Desafio político: Ahmad al-Sharaa, substituto de Assad, é questionado por seu passado ligado à Al-Qaeda.
Analista Kawa Hassan alerta: "Um fracasso na transição democrática pode ameaçar a integridade do Estado".
A dinastia dos Assad governa desde 1970, com Hafez e, posteriormente, Bashar promovendo regime autoritário.
Sharaa, radical reformado, liderou a milícia Hayat Tahrir al-Sham e promete democracia enquanto acumula poder. Instituiu um governo de transição, mas sua declaração constitucional em março, lhe conferiu poderes quase ilimitados.
O cenário de violação de direitos humanos e violência sectária persiste:
- Em março, mais de 1.600 alauítas mortos em confrontos.
- Conflito com comunidades drusas deixou ao menos cem vítimas.
Os curdos do norte buscam autonomia após lutarem contra Assad; negociações para integrá-los ao Exército estão em andamento.
Hassan enfatiza a necessidade de diálogo sincero entre grupos para legitimar a autoridade de Sharaa e evitar um Estado similar ao anterior.
O cenário global mudando rapidamente inclui o enfraquecimento do Irã e a possibilidade de normalização das relações com Israel, algo que o governo de Donald Trump visa apoiar.
Contudo, a rivalidade histórica entre Síria e Israel, acentuada pelos recentes ataques aéreos israelenses na região, torna essa transição complexa.