Sob ameaças tarifárias, corrida de cobre para os EUA cria escassez na Europa
A escassez de cobre na Europa leva a prêmios recordes, exacerbando distorções de preços no mercado. Com a demanda global em alta, compradores buscam alternativas no setor de sucata para mitigar os impactos das tarifas.
A corrida pelo cobre nos EUA está causando escassez e distorções de preços na Europa continental.
De acordo com a Argus Media, o mercado à vista na Europa sofreu com a falta de cobre à pronta entrega, elevando os prêmios a níveis recordes.
Os prêmios para cobre entregue na Alemanha chegaram a US$ 250 (R$ 1.412) por tonelada, enquanto em Livorno e Roterdã foram de US$ 180 (R$ 1.016) por tonelada no final de abril, segundo a Fastmarkets.
Embora os mercados tenham se acalmado após o anúncio do "dia da libertação" do presidente Donald Trump, os prêmios recordes evidenciam as distorções no setor.
O cobre é essencial para diversas indústrias, incluindo fiação, maquinário industrial e eletrônicos.
Os estoques na China também diminuíram rapidamente, com a oferta se dirigindo aos EUA, onde os preços dispararam.
Na London Metal Exchange (LME), os preços estavam em US$ 9,4 mil (R$ 53,1 mil) por tonelada, cerca de US$ 700 (R$ 3.953) mais baratos do que na Comex dos EUA.
No mês de março, os preços na LME superaram US$ 10 mil (R$ 56,48 mil) devido a preocupações com tarifas, enquanto na Comex ultrapassaram US$ 11,5 mil (R$ 65 mil).
A empresa Aurubis relatou "demandas excedentes" no mercado à vista global, operando de forma limitada e vendendo a maior parte em contratos de longo prazo.
A Aurubis também mencionou que as distorções de preços entre Londres e Nova York criaram uma oportunidade de arbitragem.
Compradores estão considerando o mercado de sucata de cobre, onde os descontos diminuíram em relação aos preços da LME.
A sucata de cobre na Europa subiu para 98-99% do preço da LME, indicando a crescente demanda por unidades de cobre.
Os prêmios mais altos do cobre europeu representam apenas cerca de 2% do custo total do metal, mas compradores estão preocupados com preços altos de commodities e energia na Europa.