Sob as ameaças de Trump, Canal do Panamá avalia construir gasoduto
Canal do Panamá considera gasoduto de 80 km para atender demanda crescente de gás liquefeito. A medida surge como resposta às limitações nos trânsitos de navios e às ameaças de retoma da administração Trump sobre a via interoceânica.
Canal do Panamá estuda construção de um gasoduto de 80 km através do istmo.
A análise surge diante das ameaças do presidente americano Donald Trump de retomar o controle da via interoceânica.
O administrador do canal, Ricaurte Vásquez, destacou que o "movimento de gás liquefeito de petróleo" é um segmento de mercado "altamente relevante para o Canal do Panamá", com demanda prevista para dobrar nos próximos 10 anos.
Como não é possível duplicar os trânsitos de navios gaseiros, o gasoduto se mostra uma alternativa viável. Ele permitiria o transporte de gás do Caribe panamenho para o Pacífico, onde seria reembarcado para o Japão e outros países asiáticos.
Atualmente, existe um duto no Panamá que transporta petróleo da costa do Pacífico ao Atlântico, mas não pertence à Autoridade do Canal do Panamá (ACP).
Vásquez observou que o Japão precisa de dois milhões de barris por dia, mas o canal não possui capacidade para aumentar o número de trânsitos de navios gaseiros.
O administrador afirmou que o novo projeto não infringirá normas constitucionais ou leis da ACP e indicou que o negócio é complexo, mas não há motivo para medo.
Trump, desde a campanha, tem prometido "recuperar" a via marítima, que foi inaugurada pelos Estados Unidos em 1914 e ampliada pelo Panamá em 2016.