Sob governo Trump, brasileiros relatam medo e incerteza para estudar nos EUA

Políticas de Donald Trump afetam estudantes brasileiros nos EUA, gerando medo de deportação e cancelamento de programas. Em 2024, mais de 41 mil brasileiros estavam no país, mesmo número pré-pandemia.

Estudantes relatam incerteza e pedem anonimato. Uma estudante maranhense relata protestos na universidade em apoio à Palestina, onde a polícia foi chamada para conter alunos. Ela menciona a branquitude do estado e a sensação de viver em uma “bolha” de estrangeiros.

Representantes universitários oferecem orientações, mas alertam sobre a incerteza do futuro e sugerem excluir redes sociais para evitar problemas. Mesmo assim, a estudante decide continuar nos EUA para o doutorado, apesar do receio.

O antropólogo David Nemer também menciona o sentimento de insegurança após receber ameaças por sua pesquisa. Observou queda na procura por vagas de alunos brasileiros: de 23 pedidos por ano para apenas 2.

A professora Dayane Brito teve seu projeto educacional cancelado após a eleição de Trump. Ela e outros alunos enfrentam dificuldades devido ao contexto político e à alta do dólar, buscando novas opções fora dos EUA, como Canadá e Malta.

A gerente de operações da AFS, Ana Paula Castro, afirma que o processo de obtenção de vistos está mais rigoroso e que é difícil encontrar famílias para acolher estes alunos. Ela critica o discurso de ódio contra imigrantes.

Apesar das dificuldades, estudantes como Dayane Brito estão determinados a continuar seus planos nos EUA, com a esperança de que a situação política mude. Ela destaca: "O governo Trump vai passar, mas nosso projeto vai continuar."