Sob olhar dos EUA, Romênia volta às urnas após eleição cancelada
Romênia enfrenta nova eleição presidencial com chance de ascensão de George Simion, um ultranacionalista com forte apoio ao discurso eurocético. A votação ocorre em meio a preocupações internacionais sobre possíveis impactos na política externa e na economia do país.
Eleição na Romênia: A população vota neste domingo em uma repetição da eleição presidencial que pode levar o ultranacionalista George Simion ao poder. Um resultado que deve causar desconforto na União Europeia e na Otan, além de preocupar investidores.
Simion, eurocético de ultradireita, lidera as pesquisas após o primeiro turno de votação ser cancelado em dezembro de 2024 devido a suposta interferência russa, que Moscou nega.
Os Estados Unidos enviaram observadores eleitorais e criticaram o cancelamento da votação. O vice-presidente J.D. Vance afirmou que a anulação foi feita com "evidências frágeis" e que Bucareste não compartilha valores americanos.
Cancelamento e Polêmica: A anulação foi acompanhada de uma decisão judicial controversa que barrava a candidatura de Calin Georgescu, que havia vencido o primeiro turno.
George Simion visa se beneficiar da indignação pública e do apoio de Georgescu. Ele critica a ajuda militar à Ucrânia e é opositor da liderança da União Europeia.
Com cerca de 30% das intenções de voto, ele pode não evitar um segundo turno contra os centristas Crin Antonescu e Nicusor Dan, ambos pró-União Europeia e Otan.
Análise do cenário: O banco JP Morgan analisa que uma vitória de Antonescu manteria o status quo; já Simion acarretaria maiores riscos políticos e incertezas no governo.
A repetição da eleição atrapalha os esforços do governo para reduzir o déficit orçamentário e pode resultar em rebaixamento de classificação econômica.
Propostas de Simion: Ele promete divulgar quanto é gasto no esforço de guerra na Ucrânia, criticando o comprometimento de subsídios para crianças e pensões.
Simion ainda defende a restauração das fronteiras romenas de 1940, que incluem territórios atualmente na Bulgária, Moldávia e Ucrânia, o que o impede de entrar nesses países.