Sob pressão da ultradireita, premiê do Reino Unido anuncia medidas contra imigração
Keir Starmer propõe restrições severas à imigração no Reino Unido em resposta à pressão da ultradireita e ao aumento das entradas de estrangeiros. O plano inclui requisitos mais rigorosos para visto e a criação de centros de retorno para solicitantes de asilo negados.
Pressionado pela ultradireita, o primeiro-ministro trabalhista do Reino Unido, Keir Starmer, anunciou medidas para conter a imigração.
Na segunda (12), ele apresentou um plano que, se aprovado, inclui:
- Aumento dos requisitos de conhecimento da língua inglesa para migrantes;
- Restrição na concessão de vistos;
- Proibição do recrutamento de trabalhadores no exterior.
Em visita à Albânia nesta quinta (15), Starmer anunciou negociações para criar "centros de retorno" para solicitantes de asilo cuja solicitação foi negada.
Starmer afirmou que o país corre o risco de se tornar "uma ilha de estrangeiros" sem regras mais rígidas de controle de fronteiras. Entre as reformas, destacam-se:
- Direito de cidadania só após dez anos de residência;
- Vistos para trabalhadores qualificados restritos a candidatos com pós-graduação.
"Este plano significa que a migração diminuirá. É uma promessa", disse Starmer, que também rejeitou sugestões de líderes empresariais sobre impactos negativos na economia.
O premiê justificou os centros de retorno, afirmando que garantirão que migrantes sejam deportados. A União Europeia adotou abordagem semelhante para acelerar expulsões.
Starmer enfrenta pressão devido à ascensão do Reform UK, partido de ultradireita, que lidera as intenções de voto, capitalizando preocupações sobre imigração.
O anúncio de Starmer veio após a divulgação de que mais de 12 mil pessoas cruzaram o Canal da Mancha em 2023, rumo a um ano recorde de travessias.
Embora indique que os centros de retorno não sejam uma "solução mágica", ele acredita que combiná-los com outras medidas poderá pressionar o comercio de contrabando de migrantes.
O Partido Trabalhista prometeu reduzir a imigração líquida, que alcançou 906 mil pessoas em 2023, em contraste com a média de 200 mil na década de 2010.