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Sob Trump, Estados Unidos têm nota rebaixada pela Moody's pela primeira vez desde 1917. Entenda

Moody’s rebaixa nota de crédito dos EUA para Aa1, citando aumento do endividamento e déficit fiscal elevado. A Casa Branca critica a decisão, alegando que a análise é politizada e infundada.

Moody’s rebaixa nota de crédito soberano dos EUA, de “AAA” para “Aa1”. O corte ocorre mais de um ano depois que a perspectiva foi alterada para negativa.

A decisão reflete o aumento do endividamento do governo, com a dívida pública atingindo níveis significativamente mais altos do que outros emissores soberanos com notas similares.

Segundo a Moody's, houve adiamentos no debate para criar medidas que freem o déficit fiscal, que é atualmente elevado e com custos crescentes de juros.

Os pagamentos de juros federais devem consumir cerca de 30% da receita pública até 2035, frente a 18% em 2024 e 9% em 2021.

A Casa Branca criticou o rebaixamento, chamando-o de político. Steven Cheung, porta-voz de Donald Trump, desmereceu Mark Zandi da Moody's Analytics, afirmando que sua análise não é levada a sério. Zandi não comentou.

Os mercados financeiros reagiram rapidamente, com rendimentos do título do Tesouro a 4,49% e um fundo do S&P 500 caindo 0,6% nas negociações pós-mercado.

O rebaixamento ocorre em um contexto de endividamento crescente dos EUA, já que a dívida ultrapassou o tamanho da economia. A alta dos juros também aumentou o custo da dívida.

Joseph Lavorgna, economista, disse que o momento do rebaixamento é estranho, uma vez que um projeto de lei de cortes de custos está em tramitação no Congresso. Ele ressalta que uma relação de 100% da dívida em relação ao PIB não é incomum.

Após a decisão, os EUA saem do nível “prime” para “high grade”, ainda elevado. Moody’s era a única agência a manter a nota máxima AAA, enquanto Fitch e S&P já haviam rebaixado anteriormente.

A Moody's afirma que não há risco imediato de novo rebaixamento e considera a perspectiva “estável”. Para melhoria na nota, reformas fiscais são necessárias para melhorar a capacidade de pagamento da dívida.

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