Sobretaxa de 50% dos EUA entra em vigor enquanto governo Lula tenta abrir negociação
Brasil enfrenta aumento de tarifas de exportação para os EUA, com desafios nas negociações bilaterais. Governo federal busca alternativas enquanto a situação política complica o diálogo entre os países.
Novas tarifas dos EUA: Brasil enfrenta sobretaxa de 50%
Anunciada em 9 de julho pelo presidente Donald Trump, uma sobretaxa de 50% sobre partes das exportações brasileiras entra em vigor nesta quarta-feira. Essa decisão segue uma tarifa anterior de 10% aplicada há dois meses.
A situação se mostra indefinida. Não há diálogo aberto entre os EUA e o Brasil sobre o que os americanos desejam como compensação para remover a sobretaxa.
Os únicos sinais da Casa Branca sugerem negociações relacionadas à retirada do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e questões sobre minerais críticos e regulação de big techs.
Nos últimos dias, houve contatos de alto nível envolvendo:
- Vice-presidente Geraldo Alckmin e secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick;
- Chanceler Mauro Vieira e secretário de Estado Marco Rubio;
- Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se preparando para falar com Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA.
Após a prisão domiciliar de Bolsonaro, a situação se complicou, e os EUA acusaram o ministro Alexandre de Moraes de violar direitos humanos. A saída brasileira inclui um plano de contingência para setores afetados, já que 700 itens foram excluídos da sobretaxa, mas produtos como carnes e calçados estão em risco.
A dinâmica das negociações é inédita e desafiadora. O governo tentará evitar pressões para suspender o processo contra Bolsonaro, colocando o Brasil em desvantagem em comparação a outros parceiros comerciais dos EUA.
Analistas apontam que a condição brasileira é complexa.
- Frederico Favacho: Trump colocou o Brasil em um escrutínio global;
- Oliver Stuenkel: Falta clareza sobre as demandas americanas;
- Dawisson Belém Lopes: O Brasil não negociará sob coação e manterá uma postura soberanista.
As negociações tornam-se mais fáceis para países como a União Europeia, que viu suas tarifas reduzirem de 25% para 15%, em comparação às duras condições enfrentadas pelo Brasil.