Sobretaxa dos EUA contra Brasil é estratégica, diz conselheiro de Trump
Kevin Hassett defende a sobretaxa como parte de uma estratégia tarifária dos EUA para repatriar a produção industrial. Enquanto isso, exportadores brasileiros buscam soluções diplomáticas para evitar impactos negativos em suas indústrias.
Sobretaxa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros
A sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros foi defendida por Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional durante o governo Trump, em entrevista à ABC News.
Hassett afirmou que a medida é parte de uma estratégia tarifária global para repatriar a produção industrial dos EUA, buscando reduzir o déficit comercial.
Ele mencionou: "Estamos trazendo a produção de volta para os EUA para reduzir a emergência nacional". O apresentador Jonathan Karl destacou que os EUA têm superávit com o Brasil, mas Hassett insistiu na necessidade de uma estratégia tarifária ampla.
A decisão de Trump também foi influenciada por um processo criminal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Hassett declarou que Trump espera melhorias em acordos comerciais e poderá aplicar tarifas sobre o México, União Europeia e outros países.
Atualmente, os produtos brasileiros enfrentam uma sobretaxa de 10% que será substituída por 50% a partir de 1º de agosto, exceto para produtos como aço e alumínio já tarifados em 50%.
Exportadores brasileiros, incluindo setores como plásticos, agropecuária, carnes, têxteis, calçados e café, foram pegos de surpresa e pedem negociações diplomáticas.
O governo brasileiro tentará negociar, mas pode recorrer à reciprocidade se não houver progresso.
Durante a entrevista, Hassett também comentou sobre críticas de Trump ao presidente do Fed, Jerome Powell, sobre os custos de renovação da sede do banco central.
Ele indicou que Trump pode ter autoridade para demitir Powell, dependendo das respostas sobre os estouros de orçamento. Trump tem pedido a renúncia de Powell por não reduzir as taxas de juros.
Com Reuters