Sobreviventes das bombas nucleares temem futuro sem seus testemunhos
Sobreviventes da bomba de Hiroshima refletem sobre o legado da paz e as ameaças atuais de conflitos nucleares. A Associação Hibakusha Brasil pela Paz, fundada por Takashi Morita, busca conscientizar sobre as consequências das armas nucleares em um mundo instável.
Takashi Morita, sobrevivente da bomba atômica em Hiroshima, faleceu aos cem anos no ano passado. Frustrado com o estado atual do mundo, ele disse: "Não trabalhamos direito, não fizemos o suficiente".
Ele fundou a Associação Hibakusha Brasil pela Paz, reunindo sobreviventes das explosões de 1945. O grupo existe para prestar assistência às vítimas dos efeitos da radiação.
Junko Watanabe, também sobrevivente, afirmou que "o cenário hoje está muito perigoso", questionando o futuro sem os hibakushas. Enquanto isso, o conflito entre Rússia e Estados Unidos cresceu, representando um risco nuclear significativo.
Além disso, existem disputas entre Índia e Paquistão, bem como as tensões na Coreia do Norte e no Oriente Médio.
A Associação Hibakusha, criada em 1984, busca apoio para sobreviventes fora do Japão. Yasuko Morita, filha de Takashi, relata os efeitos tardios da radiação que afetaram a saúde de seu pai, que teve leucemia após a explosão.
Com a pandemia da Covid-19, o grupo encerrou suas atividades, mas ainda participa de eventos para conscientização. Yasuko e outro hibakusha, Kunihiko Bonkohara, estarão presentes nas celebrações dos 80 anos da bomba de Hiroshima.
A confederação dos sobreviventes, Nihon Hidankyo, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em outubro de 2024. Yasuko comentou que Morita estaria "feliz pela homenagem, mas triste pela situação mundial".