Sócio da Shein, o homem mais rico da Bolívia quer usar seu dinheiro para tirar a esquerda do poder no país
Marcelo Claure planeja usar sua influência e recursos financeiros para apoiar a oposição boliviana nas eleições, em meio à crise econômica. O bilionário busca unir candidatos pró-mercado e evitar um novo governo de esquerda, temendo um colapso semelhante ao da Venezuela.
Marcelo Claure, o milionário boliviano, está determinado a transformar a política na Bolívia e derrotar o partido socialista no poder. Ele planeja usar sua influência financeira nas eleições de agosto para apoiar um candidato pró-mercado.
A Bolívia enfrenta sua maior crise econômica em décadas, com alta inflação e escassez de combustível. Claure acredita que esta é a melhor oportunidade para eleger um governo favorável aos negócios.
Apesar de não visitar a Bolívia há mais de um ano devido a ameaças de morte e receios de perseguições políticas, ele está disposto a investir seus recursos. "Vou usar tudo o que tenho", disse Claure, que teme que um governo de esquerda leve o país "à beira de se tornar a próxima Venezuela".
O atual presidente, Luis Arce, é impopular e enfrenta concorrência de outros candidatos, incluindo o ex-presidente Evo Morales, que tem barreiras legais, e o presidente do Senado, Andronico Rodríguez.
A oposição está fragmentada, com pelo menos quatro candidatos de centro-direita e sem favorito claro. Claure busca união, tendo oferecido apoio financeiro para um único candidato da oposição, mas não obteve sucesso.
A lei boliviana limita doações diretas, mas soluções alternativas são comuns. Claure não especificou quanto pretende gastar, mas convocará uma reunião de candidatos pró-empresas na Escola de Governo Kennedy, em Harvard, para discutir um plano econômico.
Se não houver acordos, Claure avisa que financiará um candidato próprio, com base em pesquisas. Analistas, como Carlos Toranzo, questionam sua influência efetiva nas eleições de agosto.
Claure, que fez sua fortuna fora do país, foi CEO da Sprint e executivo do SoftBank, e atualmente é vice-presidente do conselho da Shein, investindo também em startups latino-americanas. Seu papel na política é comparado ao de Elon Musk na política americana.