Socorro a exportadores: o que é o Drawback e como ele funciona
Medida visa mitigar os efeitos da alta tarifária dos EUA e inclui medidas de suporte financeiro e alívio tributário. Novas diretrizes do Drawback permitirão maior flexibilidade para as empresas brasileiras que exportam produtos para o mercado americano.
Lula assina medida provisória para socorrer empresas impactadas pelo tarifaço dos EUA.
Nesta quarta-feira (13), o governo anunciou a primeira etapa de um pacote para apoiar empresas afetadas pela taxa extra de 50% aplicada pelos EUA sobre produtos brasileiros.
As medidas incluem:
- Linha de crédito de R$ 30 bilhões
- Adiamento do pagamento de tributos federais para as companhias mais impactadas
- Prorrogação dos prazos do regime de Drawback
O que é Drawback?
Criado pelo Decreto-Lei nº 37 de 1966, o Drawback é um regime aduaneiro especial que incentiva as exportações ao permitir a isenção ou suspensão de impostos sobre matérias-primas usadas na fabricação de produtos destinados ao exterior.
Benefícios:
- Importação ou aquisição de insumos sem pagar tributos.
- Aumento da competitividade dos produtos brasileiros.
Tributos incluídos:
- Imposto de Importação
- Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
- PIS
- Cofins
Modalidades do Drawback:
- Suspensão: Impostos suspensos ao adquirir insumos destinados à exportação.
- Isenção: Reposição de insumos usados em bens já exportados, sem pagar tributos.
- Restituição: Devolução de impostos pagos na importação de insumos (praticamente extinta).
Governo prorroga prazo do Drawback
O governo, através do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a ampliação em um ano do prazo para empresas exportarem produtos fabricados com insumos adquiridos sem impostos pelo Drawback.
O grupo beneficiado são as empresas que tinham exportações para os EUA planejadas até o final de 2023.
Impacto: Em 2024, dos US$ 40 bilhões exportados para os EUA, aproximadamente US$ 10,5 bilhões utilizarão o Drawback.
Somente em março, 1.151 empresas no Brasil utilizaram a modalidade de suspensão, conforme a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX).
O governo ressalta que a prorrogação não gera custo fiscal, apenas estende o prazo de cumprimento das obrigações já previstas.