Socorro de R$ 4 bi do governo às aéreas atrasa 1 ano e só deve sair em setembro
Governo prevê liberação de R$ 4 bilhões para companhias aéreas apenas no final de setembro, causando preocupação entre as empresas do setor. Azul Linhas Aéreas cita a demora como um fator decisivo para solicitar reestruturação financeira nos Estados Unidos.
Aprovado pelo Congresso em agosto de 2022, o pacote de crédito para companhias aéreas só deve ser liberado no fim de setembro, com ao menos um mês de atraso em relação ao cronograma original.
A nova informação veio do Ministério de Portos e Aeroportos, que havia previsão de liberação em agosto.
O financiamento soma R$ 4 bilhões, a serem divididos entre as empresas, que devem apresentar contrapartidas relacionadas a sustentabilidade, avião regional e crescimento da frota.
A companhia Azul Linhas Aéreas, terceira a entrar com pedido de reestruturação nos EUA, citou a demora do governo na liberação dos recursos como um dos motivos para a crise atual.
A Azul busca eliminar US$ 2 bilhões em dívidas e afirma que a crise se agravou devido a fatores como a disparada do dólar, altos juros e enchentes no Rio Grande do Sul, que impactaram 10% das receitas.
A empresa necessita de uma injeção de US$ 800 milhões para manter operações. Entre novembro e janeiro, captou US$ 500 milhões, mas a expectativa era completar com a nova oferta de ações.
A expectativa era combinar o financiamento do governo com o aumento de capital, mas a Azul não conseguiu o necessário na última tentativa de follow-on, e o financiamento não foi liberado.
O Ministério de Portos e Aeroportos descreveu a medida como “inédita” e afirma que permitirá crédito mais barato em reais, reduzindo o risco cambial. O motivo do atraso não foi esclarecido.
Empresas com mais de 1% do mercado podem tomar até R$ 1,2 bilhão; menos de 1%, até R$ 200 milhões. O intuito é ajudar o setor, que enfrenta dificuldades desde a pandemia.
O ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, destacou o forte impacto da Covid-19 na movimentação aérea e a redução na produção de aeronaves.