Stablecoins na mão dos usuários cripto e na mira dos reguladores
A adoção de ativos virtuais e blockchain ganha destaque à medida que a tecnologia resolve problemas reais, facilitando transações e promovendo inclusão financeira. Reguladores, como o Banco Central do Brasil, buscam equilibrar segurança e inovação em um mercado em rápida evolução, com foco nas stablecoins.
A indústria de ativos virtuais e blockchain evoluiu, movendo-se de explicações complexas para aplicação prática, focando na resolução de problemas reais. A sociedade já reconhece os avanços da tecnologia, que aumentou a eficiência nas transações e promoveu a inclusão financeira.
Bitcoin e Ethereum dominam o mercado (70% da capitalização total), enquanto stablecoins como USDT e USDC emergem como portas de entrada. A USDT cresceu 38 vezes desde 2020; a USDC, 127 vezes. Esses ativos proporcionam proteção em economias emergentes enfrentando inflacionamento.
No Brasil, o uso do Binance Pay com Pix para pagamentos cotidianos evidencia a popularidade das criptomoedas. Reguladores, sob pressão para normatizar o mercado, enfrentam desafios como a MiCA da União Europeia, que, ao tentar controlar stablecoins, prejudicou a liquidez e a oferta de produtos.
No Brasil, a Consulta Pública 111 sobre stablecoins revelou uma preocupação sobre a autocustódia. A ajustabilidade nas regras do Banco Central (Bacen) pode melhorar o cenário, mantendo o Brasil como líder na adoção de criptomoedas.
As sugestões para regulamentação precisam ser:
- Exequíveis e factíveis, alinhadas à tecnologia;
- Fortalecer o mercado, incentivando a presença de plataformas locais;
- Preservar a segurança dos ativos dos usuários.
Guilherme Nazar é vice-presidente regional para a América Latina da Binance.