STF decide responsabilizar big techs por posts de usuários
STF redefine regras para responsabilização das redes sociais por conteúdo de usuários. Novo entendimento altera a necessidade de ordem judicial para remoção de postagens, ampliando a atuação das plataformas na supervisão de conteúdos ilícitos.
STF amplia responsabilização civil das redes sociais
Nesta 5ª feira (26.jun.2025), o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, por 8 votos a 3, aumentar a responsabilidade civil das redes sociais sobre conteúdos publicados por usuários que não foram retirados do ar.
Os ministros definiram quando é necessária uma ordem judicial para excluir conteúdos e quando uma notificação privada é suficiente. Além disso, as redes sociais devem agir de forma independente em alguns casos para impedir a divulgação de conteúdos impróprios.
A decisão considerou o artigo 19 do Marco Civil da Internet (lei 12.965 de 2014) como parcialmente inconstitucional, tornando a ordem judicial a exceção para casos de crimes contra a honra. O artigo 21, que fala sobre notificação privada, torna-se a regra geral.
Placar do julgamento:
- Conduzido pelo presidente Roberto Barroso, o STF não legisla, mas estabelece critérios para casos concretos.
- As redes sociais podem ser responsabilizadas civilmente por conteúdos ilícitos, especialmente em caso de contas falsas.
A nova regra determina:
- É necessária ordem judicial para a remoção de conteúdos envolvendo crimes contra a honra.
- As plataformas devem agir por conta própria em casos de circulação massiva de conteúdos ilícitos.
- As redes sociais têm presunção de responsabilidade para conteúdos patrocinados ou distribuídos por robôs.
A decisão não se aplica a plataformas de e-mail, reunião e mensagens privadas, garantindo o sigilo das comunicações.
Regulamentações adicionais:
- Marketplaces continuam sob o Código de Defesa do Consumidor.
- Plataformas devem criar regras de autorregulação com notificação, transparência e canais acessíveis ao público.
- Empresas estrangeiras devem ter representação no Brasil para responder legalmente.
O STF apelou ao Congresso Nacional para atualizar a legislação. Os efeitos da nova interpretação se aplicarão apenas a situações futuras.