STF ouve ex-comandante da Aeronáutica sobre tentativa de golpe
Depoimento de ex-comandante da Aeronáutica é crucial para a investigação sobre tentativa de golpe após eleições de 2022. A audiência acontece em meio a controvérsias sobre declarações feitas por outras testemunhas no caso.
A 1ª Turma do STF ouvirá, nesta 4ª feira (21.mai.2025), o depoimento de Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica no governo Jair Bolsonaro.
Baptista Júnior é uma das testemunhas da AP 2.668, que investiga uma possível tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, que resultaram na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.
A acusação foi apresentada pela PGR, com base nas investigações da PF.
O depoimento é considerado crucial, uma vez que, em fevereiro, Baptista afirmou à PF que um golpe poderia ocorrer se o general Marco Antônio Freire Gomes tivesse apoiado o plano.
De acordo com Baptista Júnior, Bolsonaro considerou decretar a GLO ou Estado de Sítio, mas foi desencorajado por Freire Gomes, que teria ameaçado prender o ex-presidente em caso de ações extremas.
Além disso, o almirante Almir Garnier Santos estaria disposto a apoiar Bolsonaro.
Baptista Júnior foi indicado como testemunha de acusação e também convocado como testemunha das defesas de Garnier, Bolsonaro e do ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira.
O depoimento estava marcado para 19.mai, mas foi adiado a pedido dele.
Dois dias antes, Freire Gomes havia amenizado suas declarações, dizendo ter tido reuniões com Bolsonaro sobre a minuta golpista, mas não confirmando a ameaça de prisão relatada por Baptista Júnior.
O ministro Alexandre de Moraes expressou irritação com tentativas de omissão de informações durante o depoimento de Freire Gomes.
A 1ª Turma começou a ouvir o núcleo 1 do caso na 2ª feira (19.mai), com a presença da imprensa em um telão, sem gravações permitidas.
Ao todo, 81 testemunhas devem ser ouvidas no processo, que investiga a participação do que foi chamado de núcleo crucial na tentativa de golpe.