STF torna réus os 7 acusados do ‘núcleo de desinformação’ do suposto golpe
STF aceita denúncia contra núcleo de desinformação de suposto golpe de estado. Denunciados enfrentam acusações por organização criminosa armada e tentativa de abolição do estado democrático.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou, em votação unânime, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra sete acusados do “núcleo de desinformação” do suposto plano de golpe que visava manter Jair Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022.
Os denunciados responderão por cinco crimes:
- Organização criminosa armada
- Golpe de estado
- Tentativa de abolição violenta do estado democrático
- Deterioração de patrimônio tombado
- Dano qualificado contra o patrimônio da União
Segundo a PGR, os acusados estavam envolvidos em “operações estratégicas de desinformação” e ataques à democracia e instituições.
A denúncia destaca o uso da Abin para disseminar notícias falsas, monitorar autoridades e atacar instituições. Também foram acusados de ameaças a comandantes militares que se opuseram ao golpe.
O grupo tentou manipular relatórios que confirmavam a integridade das urnas e produziu conteúdo falso para influenciar a ação do Partido Liberal (PL) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Defensores tentaram desvincular os acusados da liderança do golpe, alegando falta de influência, enquanto a subprocuradora da República defendeu o recebimento da denúncia enfaticamente.
Os ministros do STF analisaram se havia elementos para justificar a ação penal, sem emitir juízo de valor sobre as acusações. O relator, Alexandre de Moraes, destacou a coincidência das fake news com declarações públicas de Bolsonaro, o que indica coordenação no plano de golpe.
Moraes reforçou que a denúncia não se refere apenas à disseminação isolada de informações, mas a uma atuação organizada em múltiplos níveis dessa organização criminosa.
Para o STF, a atuação dos denunciados contribuiu para engajar a população contra o Poder Judiciário e o sistema eleitoral, utilizando o mesmo método das milícias digitais.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira