Subtenente nega ter usado estrutura da Abin para monitorar autoridades
Subtenente do Exército afirma ser inocente de acusações de envolvimento em trama golpista. Ele nega utilização de recursos da Abin para monitorar autoridades e afirma não ter recebido orientações sobre a legalidade de suas pesquisas.
Subtenente do Exército, Giancarlo Gomes Rodrigues, afirmou, nesta quinta-feira (24), não ter ligação com trama golpista e considerou as acusações injustas.
Rodrigues, ex-agente da Abin, relatou que outros indivíduos utilizaram a estrutura da agência para monitorar um servidor do Ibama, que já havia sido exonerado antes da pesquisa. Ele defendeu que sua inclusão na ação penal é equivocada.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Rodrigues usou informações da Abin para monitorar autoridades e planejar ataques virtuais. O subtenente negou ter monitorado ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e destacou que a ferramenta FirstMile não estava disponível para sua diretoria.
Rodrigues admitiu realizar pesquisas com dados abertos e mencionou que não sabia da ilegalidade das ordens recebidas, embora tenha declarado não ter recebido treinamento sobre legalidade. Ele também afirmou não ter investigado autoridades do Judiciário, apenas indivíduos como Jair Renan, filho do ex-presidente Bolsonaro.
O interrogatório revelou que ele nunca repassou informações obtidas, apesar de mensagens em que supostamente sugeriu enviar dados para um grupo de apoio às investigações. O núcleo quatro, no qual estava inserido, também é acusado de criar um relatório fraudulento sobre manipulação de urnas eletrônicas, que alimentou notícias falsas durante as eleições de 2022.
A PGR o responsabiliza por divulgar informações falsas para fomentar a mobilização popular que resultou nos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023 e para pressionar os líderes das Forças Armadas a se unirem ao golpe.