“Subvalorizada e esquecida”. Bradesco eleva Klabin a ‘top pick’

Bradesco eleva recomendação para ações da Klabin, após a empresa recuar 20% enquanto o Ibovespa sobe 16%. O banco considera a ação "subvalorizada e esquecida".

A Klabin foi eleita a 'top pick' no setor de materiais básicos, com a recomendação alterada de neutra para compra e o preço-alvo aumentado para R$ 25, representando um upside de 36% sobre o fechamento de R$ 18,46.

A análise da equipe liderada por Rafael Barcellos indica que a ação deve se beneficiar de uma recuperação nos preços da celulose no quarto trimestre. A empresa não deve ser vista apenas como exportadora, pois 50% do seu EBITDA anual vem de vendas internas.

O Bradesco destacou que a Klabin tem exposição limitada às oscilações do câmbio, prevendo que uma valorização do real de R$ 0,10 contra o dólar reduziria seu EBITDA em apenas 1%. Para 2025, o real deve fechar em R$ 5,50.

Adicionalmente, a Klabin possui um mix de negócios diversificado:

• Divisão de papéis sustentada pelo mercado de kraftliner.
• Setor de embalagens com preços e volumes resilientes.
• Exposição à Europa e fibra fluff para amortecer pressões na China.

O Bradesco prevê um EBITDA de R$ 8,5 bilhões em 2023 e R$ 9,9 bilhões em 2024, com um EV/EBITDA abaixo da média histórica, indicando uma “assimetria atrativa”.

O fluxo de caixa livre deve crescer, com rendimentos entre 9% a 16% nos próximos dois anos. Para o segundo trimestre, o EBITDA da Klabin deve subir 2% ano a ano, alcançando R$ 2,1 bilhões.

A Klabin está avançando na desalavancagem, com a previsão de redução da dívida líquida/EBITDA de 3,9x para 2,5x até 2025. A empresa deve pagar R$ 1,2 bilhão e R$ 1,4 bilhão em dividendos em 2025 e 2026, respectivamente, resultando em dividend yields de 5% e 6%.

Atualmente, a Klabin vale R$ 23 bilhões na Bolsa.