Suco de laranja atinge máxima de quatro meses após a tarifas de Trump sobre o Brasil
Elevação nos preços reflete incerteza sobre tarifas nos produtos brasileiros, com potencial impacto em diversas commodities. A dependência dos EUA do suco de laranja brasileiro se torna um fator crucial no cenário comercial atual.
Contratos futuros de suco de laranja em Nova York atingem maior cotação em quatro meses devido a preocupações com a ameaça do presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
O contrato mais negociado subiu até 8,7%, alcançando US$ 3,1385 por libra, o maior nível intradiário desde 6 de março. Os futuros vêm se valorizando após o anúncio das tarifas, previstas para entrar em vigor em agosto, o que pode desestabilizar o comércio de diversas commodities.
O Brasil é o maior fornecedor de suco de laranja para os EUA, com importações anuais próximas a US$ 1 bilhão, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA. As remessas do México, segundo maior fornecedor, representam cerca de um terço dos volumes brasileiros.
A dependência dos EUA em relação às importações brasileiras está aumentando, em parte devido à queda na produção na Flórida, conforme analista Craig Elliott. O impacto da tarifa “ainda é incerto”, mas a quantidade de comércio afetada é significativa e pode prejudicar ainda mais a competitividade do Brasil.
O Brasil pode propor a redução da tarifa para 30% e discutir cotas de exportação para café e laranjas. O país é o maior produtor mundial de café arábica, e os futuros do grão subiram até 4,4%.
A imposição das tarifas poderá “impactar severamente as exportações brasileiras de café”, elevando os preços nos EUA e aumentando a demanda por café estocado, conforme Mark Bowman, analista da ADM Investor Services.