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'Suco de laranja é substituível': tarifa de Trump gera incerteza no setor, mesmo com consumo dos EUA dependente do Brasil

Aumento da taxa de 50% na importação de suco brasileiro pelos EUA gera incertezas no setor, que teme perder mercado importante. Com a produção americana em queda, o país depende cada vez mais do suco de laranja do Brasil, o que torna essa tarifa ainda mais impactante.

Carta de Trump ao Brasil estabelece tarifa de 50% na compra de suco de laranja.

O mercado de suco nos EUA, afetado por doenças, furacões e temperaturas congelantes, depende da produção brasileira. A nova taxa traz insegurança para o setor.

Atualmente, os americanos pagam uma tarifa fixa de US$ 415 (R$ 2.296,32) por tonelada, além de 10% adicionais. O suco de laranja já é considerado caro e está sendo substituído por refrigerantes e água saborizada.

Com a nova taxa, essa troca pode aumentar, impactando o Brasil, que exporta 41,7% de seu suco para os EUA. A perda desse mercado representaria um prejuízo de R$ 1,1 bilhão por ano, segundo a Consultoria Cogo.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, discute alternativas, mas o diretor da CitrusBR, Ibiapaba Netto, acredita que não há substitutos suficientes fora dos EUA.

A produção de suco nos EUA sofre com a doença greening, que afeta pomares na Flórida, responsável por 90% do suco americano, e resultou em uma retração de 28% na produção da safra 2024/2025.

Os preços do suco subiram, chegando a US$ 4,49 (R$ 24,84) em fevereiro. A colheita de 2025/2026 no Brasil, no entanto, promete ser maior que as anteriores, com crescimento de 8% e previsão de 70% da produção mundial.

Se o Brasil não conseguir escoar sua produção devido à perda do mercado americano, o impacto será sentido em toda a cadeia produtiva, conforme Netto.

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