Summit/NY: Presidente do Brasil está na China e não nos EUA, que é o maior mercado para o país, diz Claver-Carone
Enviado do Departamento de Estado dos EUA critica a opção de Lula pela China em vez de estreitar laços com investidores americanos. Ele ressalta que a insegurança e a corrupção no Brasil são barreiras para novos investimentos.
Enviado especial dos EUA, Mauricio Claver-Carone, elogia investimento americano no Brasil e questiona a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na China ao invés de apoiar empresários brasileiros nos EUA.
A declaração foi feita em Nova York, durante o Summit Brazil-USA, promovido pelo Valor, com a presença de empresários e autoridades de ambos os países.
Claver-Carone destacou que os EUA são o maior investidor no Brasil, com um estoque de aproximadamente US$ 150 bilhões, em comparação aos US$ 5 bilhões da China.
Ele enfatizou a intenção dos EUA de reconfigurar cadeias de fornecimento para serem “mais norte-sul do que leste-oeste” e ressaltou a abertura da Casa Branca a CEOs. Ao se referir à China, usou a analogia de um “objeto cintilante” que atrai atenção, alertando que essa busca pode não trazer retornos no longo prazo.
Claver-Carone criticou a viagem de Lula à China, sugerindo que as promessas chinesas seriam uma “armadilha” e citou instabilidade monetária e questões fiscais como fatores que inibem investimentos no Brasil. Ele pediu ao governo brasileiro que enderece as questões fiscais para garantir uma moeda mais estável.
Ele também mencionou o crime organizado como um desafio para investimentos seguros no Brasil e ofereceu ajuda dos EUA para enfrentar essa questão. Recentemente, os EUA propuseram classificar grupos como PCC e Comando Vermelho como organizações terroristas, mas o governo brasileiro rejeitou a proposta.
Claver-Carone finalizou comentando sobre o nível elevado de corrupção no Brasil, afirmando que o país está avançando em iniciativas contra a corrupção, mas que ainda precisa de melhorias significativas para atrair mais investimentos.