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Super Quarta: BC deve ‘afrouxar o cinto’ dos juros, enquanto Fed manterá pausa

Expectativa de aumento nos juros brasileiros e manutenção nos Estados Unidos marca a Super Quarta do mercado financeiro. Analistas apontam que decisões futuras dependerão das condições econômicas e inflacionárias de ambos os países.

O mercado financeiro aguarda, nesta quarta-feira (7), o anúncio das novas taxas de juros do Brasil e dos Estados Unidos.

A expectativa é de que os juros brasileiros subam 0,5 ponto percentual, atingindo 14,75%. Nos EUA, a taxa deve permanecer entre 4,25% e 4,5%.

Na última reunião do Copom, a taxa foi elevada em 1 ponto percentual, mas os diretores sinalizaram aumentos futuros em menor magnitude devido à desaceleração da economia.

Uma pesquisa da XP mostrou que 81% das gestoras apostam no aumento de 0,5 ponto percentual e revisaram as expectativas de juros para 2025, também em 14,75%.

Felipe Uchida, da Equus Capital, afirma que a elevação é compatível com o risco inflacionário atual e indica um equilíbrio entre combater a inflação e lidar com a desaceleração econômica.

Volnei Eyng, da Multiplike, cita dados recentes, como CAGED, que mostram sinais de desaceleração no mercado de trabalho, e um superávit de R$ 3,6 bilhões.

Cláudia Moreno, economista do C6 Bank, destaca a estabilidade dos indicadores econômicos, sugerindo que o Copom manterá previsões de menor elevação.

Flávio Serrano, do Banco BMG, acredita que estamos próximos do fim do ciclo de alta de juros, prevendo um último ajuste na Selic.

No cenário dos EUA, a inflação alta requer atenção do Fed, que tem feito pausas nas elevações, buscando entender os impactos das tarifas implementadas durante a administração de Trump.

O Departamento de Pesquisas do Banco Bradesco projeta um viés inflacionário forte que poderá afetar o PIB americano. O Fomc deve manter a taxa de juros atual e acompanhar os riscos inflacionários e a desaceleração econômica.

Os dados de emprego têm sido mistos, com um aumento nos pedidos de auxílio-desemprego, sugerindo um alerta para uma possível recessão técnica.

A política tarifária dos EUA influencia o Brasil, com ativos norte-americanos se tornando mais atrativos e gerando fuga de capital de países emergentes, o que pressiona a moeda e aumenta custos.

Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, afirma que, sem um sinal de flexibilização do Fed, o Brasil deve manter uma postura cautelosa em relação à Selic.

Espera-se que o Fed comece a reduzir os juros apenas no quarto trimestre de 2025, segundo a S&P.

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