Supermercados têm 357 mil vagas abertas no país e buscam egressos do Exército para trabalhar

Setor de supermercados no Brasil enfrenta crise de empregos com 357 mil vagas abertas e dificuldade em encontrar trabalhadores. A mudança no perfil dos jovens, que buscam mais flexibilidade e salários maiores, contribui para essa situação.

Marcio Milan, vice-presidente da Abras, ressalta que o setor agora procura trabalhadores, oferecendo parcerias com o Exército, Marinha e Aeronáutica para egressos. Embora o salário inicial seja considerado “básico”, os benefícios como vale-alimentação e férias são vantajosos.

As campanhas de recrutamento estão sendo realizadas principalmente nas redes sociais. Além disso, há negociações com o governo para mudanças na CLT, visando maior flexibilidade na contratação.

Milan observa uma mudança de perfil nos jovens que buscam o primeiro emprego, priorizando jornadas mais flexíveis. A proposta de alteração na CLT permitiria a contratação de trabalhadores por hora, possibilitando maior flexibilidade também para pessoas acima de 60 anos.

Com mais de 3 milhões de empregos diretos e indiretos, o setor supermercadista enfrenta desafios relacionados aos custos, que podem impactar a inflação dos alimentos. Milan acredita que a questão da inflação vai além da contratação e está ligada a fatores externos, como sazonalidade, alta do dólar e crisis climática.

Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, destaca a queda no movimento dos mutirões de emprego, com menos pessoas buscando vagas. O próximo feirão ocorrerá no segundo semestre, com o intuito de atender um número maior de trabalhadores.

A prioridade no mutirão está em jovens, mulheres e pessoas com deficiência, que são mais afetados pelas oscilações do mercado. Patah defende o fim da escala 6x1 para melhorar as condições de trabalho e se adaptar às inovações tecnológicas.