SUS faz primeiras aplicações de remédio de R$ 7 milhões em crianças com AME
O SUS inicia a administração da terapia gênica Zolgensma em crianças com atrofia muscular espinhal, marcando um avanço significativo na saúde pública. O tratamento é viabilizado por meio de um inovador Acordo de Compartilhamento de Risco com a farmacêutica Novartis.
Infusões da terapia gênica Zolgensma iniciam no SUS em 14 de setembro.
As primeiras administrações foram feitas em duas crianças com menos de seis meses, uma em Brasília e outra no Recife.
O medicamento, que custa R$ 7 milhões por dose, trata a atrofia muscular espinhal (AME).
A compra foi viabilizada por um acordo entre o Ministério da Saúde e a farmacêutica Novartis, em março.
O Acordo de Compartilhamento de Risco (ACR) prevê:
- 40% do valor na infusão;
- 20% adicionais se o paciente atingir controle da nuca em 2 anos;
- 20% se alcançar controle do tronco em 3 anos;
- 20% finais após 4 anos, se mantidos os ganhos motores.
Se houver progresso da doença para ventilação mecânica permanente ou óbito, parcelas são canceladas.
É a primeira vez que tal acordo é firmado no SUS e que uma terapia gênica é oferecida na rede pública. O Brasil é o sexto país a disponibilizar o medicamento em sistemas de saúde públicos, após Espanha, Inglaterra, Argentina, França e Alemanha.
A terapia é destinada a crianças com AME tipo 1, com até seis meses e que não estejam em ventilação mecânica invasiva por mais de 16 horas diárias.
A administração é feita por infusão intravenosa em ambiente hospitalar, com permanência mínima de 24 horas. O acompanhamento se estende até cinco anos após a infusão.
As famílias interessadas devem procurar um dos 36 serviços especializados do SUS em estados como Alagoas, São Paulo e outros, que cumprem critérios de elegibilidade. Aos pacientes de estados sem serviços habilitados, o acordo garante passagens e hospedagem.