Suzano prioriza eficiência operacional após escapar de sobretaxa de Trump

Suzano mantém foco no portfólio e busca eficiência

Após a definição das tarifas nos Estados Unidos, a Suzano anunciou que não planeja grandes movimentos nos próximos dois a três anos, priorizando a eficiência operacional e a redução da alavancagem financeira.

O presidente da empresa, Beto Abreu, afirmou que a competitividade é crucial em ambientes voláteis. A celulose brasileira foi isenta de tarifas adicionais de 50% após negociações diplomáticas.

Abreu comentou que a Suzano esteve ativa em várias iniciativas, incluindo reuniões com congressistas do Arkansas, focadas nas preocupações sobre geração de emprego na região.

Ainda que tenha sido "livrada" das tarifas, a Suzano permanece cautelosa quanto ao comércio global. "Estamos nos preparando para quaisquer movimentos", disse o executivo.

A empresa planeja expandir sua presença em mercados como Europa e Ásia e considera a América Latina para eventuais redirecionamentos, caso necessário.

Recentemente, a Suzano firmou um acordo com a Kimberly-Clark para adquirir 51% do negócio de papéis de higiene por US$ 1,73 bilhão, com a integração em progresso conforme o esperado.

Os preços da celulose têm se mostrado pressionados, com uma queda desde abril e cotação atual de aproximadamente US$ 500 a tonelada. A Suzano projeta preços em linha com o segundo trimestre, que foram de US$ 555.

Indícios de recuperação de demanda na China e fechamento de capacidades deficitárias podem aliviar o mercado. A Suzano anunciou um aumento de US$ 20 por tonelada na Ásia e pode replicar esse movimento em outros mercados.

Tais cenários podem impactar os planos da Suzano de alcançar uma alavancagem de 2,5 vezes a relação entre dívida líquida e Ebitda, atualmente em 3,1 vezes, com previsões para o próximo ano.