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'Taco trade': entenda por que o mercado acha que Trump vai 'amarelar' antes de sobretaxar o Brasil

Lula se mostra disposto a negociar enquanto Trump critica Bolsonaro e permanece evasivo sobre possíveis conversas. O mercado brasileiro sente o impacto da ameaça tarifária, mas analistas acreditam na resiliência da economia local.

Trump e Lula: Potencial diálogo no horizonte

Um dia após Lula expressar intenções de negociação sobre a sobretaxa de 50% dos EUA, Trump comentou que pode conversar com Lula, mas não agora. Ele defendeu Jair Bolsonaro, considerado injustamente tratado pelo governo.

O impacto das tarifas de Trump tem agitado o mercado. O dólar subiu 2,11% na semana, chegando a R$ 5,59. Analistas referem-se ao fenômeno como “Taco Trade”, onde Trump faz ameaças seguidas de uma redução nas mesmas.

Gestores financeiros acreditam que o Brasil pode suportar as tarifas, já que a economia é mais dependente da China do que dos EUA. O setor de commodities, como petróleo e carne, representa a maior parte das exportações, que são apenas 2% do PIB.

Na opinião de analistas, a ofensiva de Trump oferece a Lula a chance de se apresentar como defensor da soberania nacional enquanto se prepara para as eleições.

Do lado externo, a China criticou as tarifas de Trump, defendendo que tarifas não devem ser usadas como ferramentas coercitivas. O comércio Brasil-China foi favorável ao Brasil, com um superávit de quase US$ 12 bilhões no primeiro semestre, enquanto o déficit com os EUA foi de US$ 1,7 bilhão.

O governo brasileiro planeja resolver a situação com os EUA sem buscar ajuda externa, focando no diálogo com o setor privado. Um comitê será formado sob a coordenação do vice-presidente Geraldo Alckmin para articular respostas ao tarifaço.

A Embraer e setores como agronegócio e tecnologia também farão parte das discussões, visando mitigar os impactos negativos das tarifas. O presidente da Câmara, Hugo Motta, reafirmou o compromisso da Casa em responder de forma firme.

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