Tarifa de 50% de Trump entra em vigor: entenda a medida e como afeta o Brasil
Tarifa de 50% sobre produtos brasileiros marca uma escalada nas tensões comerciais entre Brasil e EUA. O governo brasileiro monitora o impacto econômico e busca isenções para mitigar os efeitos da medida.
Tarifa elevada dos EUA sobre produtos brasileiros entra em vigor nesta quarta-feira (6) com uma taxa de 50%.
A medida, assinada por Donald Trump, inclui uma tarifa de 10% e uma sobretaxa de 40% sobre cerca de 35% das exportações do Brasil.
Uma lista de 694 exceções deverá amenizar o impacto no PIB. O governo brasileiro aposta em negociações setoriais para mitigar efeitos.
Apenas o Brasil terá a tarifa imposta um dia antes, devido a uma ordem executiva assinada no dia 30 de julho.
Produtos embarcados até 5 de outubro estarão isentos.
A medida é uma resposta americana a “violações à liberdade de expressão” e “perseguição política” em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Paul Krugman chamou a ofensiva tarifária de “ilegal” e desconsiderou a capacidade dos EUA de forçar mudanças na política interna do Brasil.
A lista de exceções ajuda a reduzir a tarifa efetiva média para 29% a 31%.
Setores isentos de tarifas, como o suco de laranja, indicam que os EUA precisam das exportações brasileiras.
O Brasil enfrenta a maior tarifa aumentada pelos EUA, superando países como Síria (41%) e Canadá (35%).
O governo prepara um pacote de ajuda, incluindo crédito subsidiado e financiamento alternativo em estados como Goiás e São Paulo.
As projeções indicam um impacto limitado no PIB: 0,2 p.p. pela Kinea e 0,15 p.p. pela XP.
A reação do mercado foi positiva: o Ibovespa subiu quase 1% e o dólar recuou.
Negociações para cortar tarifas em produtos não isentos estão em andamento, com foco em café, cacau e carnes.
O Brasil também apresentou consulta formal à OMC, buscando defender seu direito soberano.