Tarifa de 50% sobre aço e alumínio entra em vigor; como afeta empresas brasileiras?
Novas tarifas de 50% sobre importações de aço e alumínio nos EUA preocupam exportadores brasileiros. O setor siderúrgico nacional enfrenta um ciclo de ajustes diante de um mercado internacional mais protecionista e demanda global em desaceleração.
Novas tarifas de 50% sobre importações de aço e alumínio nos Estados Unidos entraram em vigor em 4 de outubro, conforme decreto do presidente Donald Trump.
O Brasil, segundo maior exportador de aço, é um dos países mais afetados, já que as taxas dobram a alíquota anterior de 25%, anunciada durante a visita de Trump à US Steel.
Analistas indicam que essa mudança força o setor siderúrgico e minerador brasileiro a se adaptar a um mercado internacional mais protetor devido à desaceleração da demanda global.
O Bradesco BBI acredita que a medida favorecerá os produtores norte-americanos, como Nucor e Steel Dynamics, que viram suas ações subir entre 12% e 13%. Entretanto, o impacto varia entre as empresas brasileiras:
- A Gerdau (GGBR4), com foco em produtos longos e menor penetração de importações (17%), pode ser menos afetada.
- Por outro lado, a CSN (CSNA3) e a CSN Mineração (CMIN3) encontram um cenário desafiador, com recomendação de desempenho abaixo da média do Itaú BBA.
Com a media de preço do minério de ferro projetada em US$ 95 por tonelada, a expectativa é negativa devido à fraqueza da demanda na China, principal consumidor global.
Os preços do minério de ferro atingem o menor nível em cinco semanas, pressionados pela baixa atividade no setor de construção chinês e condições climáticas adversas. Além disso, a capacidade de produção na China recuou.
No Brasil, os preços do aço estão sob pressão, com o vergalhão caindo 1,4% na última semana. A expectativa é de novas quedas em função da oferta elevada e da menor demanda, o que limita o repasse de custos e pressiona as margens das siderúrgicas.