Tarifaço de 50% é Trump querendo mostrar ao Brasil quem manda, diz Lia Valls, da FGV
Tarifas elevadas de Trump lançam incertezas sobre comércio bilateral e desafiam exportadores brasileiros. Especialistas veem oportunidade para o Brasil fortalecer acordos comerciais alternativos e enfrentar a concorrência.
Donald Trump50% sobre produtos brasileiros, misturando força política e comercial, visando embaraçar o governo brasileiro e impactar exportadores nacionais. A avaliação é de Lia Valls, do FGV/Ibre.
Antes, as tarifas haviam sido adiadas, mas novo adiamento foi feito para 1º de agosto. Segundo Valls, essa insegurança obriga o Brasil a negociar, considerando a concorrência de países mais competitivos.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetam um crescimento global de 2,8% em 2025, influenciado pelas tarifas. A economia brasileira, embora apresentando crescimento modesto, é afetada pela queda no superávit comercial.
A siderurgia é o setor mais exposto à alta das tarifas. A especialista sugere que o Brasil deve acelerar acordos bilaterais e regionais para mitigar os efeitos da política protecionista de Trump.
Lia Valls avalia que a imprevisibilidade de Trump prejudica as relações comerciais, dificultando investimentos e minando a credibilidade do comércio internacional. Apesar das projeções de desaceleração, não se espera uma catástrofe no comércio mundial.
A especialista ressalta que, para avançar, é necessário estabelecer regras claras em um cenário global fragmentado, onde a união das indústrias americanas poderia reverter algumas ações de Trump, especialmente com as eleições no horizonte.