Tarifaço de Trump acende alerta na indústria sobre risco de ‘inundação’ de produtos asiáticos no Brasil
Setores brasileiros se preparam para uma competição acirrada com produtos asiáticos, enquanto alguns vislumbram oportunidades no mercado americano. A guerra comercial pode trazer tanto riscos quanto ganhos, mas a preocupação geral é com o impacto negativo para a economia nacional.
Tarifaço de Trump: Brasil evita taxas altas, mas setores industriais alertam para riscos.
O novo pacote de tarifas impõe 10% sobre importações brasileiras, enquanto países asiáticos enfrentam alíquotas de até 54%.
Welber Barral, da consultoria BMJ, alerta para o desvio de comércio, com produtos chineses tentando entrar no Brasil.
Analistas do BTG Pactual indicam que o Brasil pode ganhar competitividade em commodities como café, devido ao aumento das tarifas sobre concorrentes, como o robusta vietnamita.
Para a indústria têxtil e de confecção, a oportuneidade é limitada, pois o reposicionamento requer tempo. Fernando Pimentel (Abit) destaca o risco imediato da competição com produtos asiáticos.
A indústria calçadista vê potencial crescimento no mercado americano, onde os impostos sobre o calçado brasileiro são menores em comparação aos asiáticos.
O setor de máquinas e equipamentos, que exporta 20% de sua produção para os EUA, tem preocupações com a perda de competitividade e o influxo de máquinas chinesas após o tarifaço.
Mesmo no setor elétrico e eletrônico, as tarifas trazem oportunidades, mas também desafios com o aumento da concorrência interna.
José Augusto de Castro (AEB) acredita que, apesar de algumas vantagens, o saldo final será negativo para a economia brasileira.
A OMC monitora as mudanças e estima que a nova política de Trump poderá causar uma contração de 1% no comércio global até 2025.
Leonardo Meira (Eurasia) afirma que o tarifaço sinaliza uma nova fase no comércio global, repleta de incertezas e reconfigurações no cenário internacional.