Tarifaço de Trump: ‘Atitude de auto-humilhação para evitar o pior não é correta’, diz Celso Amorim
Celso Amorim defende dignidade nacional em meio à crise tarifária com os EUA e critica a mentalidade de dependência no Brasil. Ele acredita que as exigências de Trump são direcionadas por interesses da extrema direita americana, visando desestabilizar o país.
Brasília - O assessor especial para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, afirmou que o Brasil não deve se “auto-humilhar” diante do presidente dos EUA, Donald Trump, na crise do tarifaço.
Amorim destacou que essa atitude não é correta e que o Brasil busca contatos para evitar tensões. Ele não acredita que os EUA aplicarão uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, mas afirmou que o governo está preparado para qualquer situação.
Ele considera as exigências de Trump “inaceitáveis de propósito”, ressaltando a postura cautelosa do Itamaraty e criticando a “mentalidade de dependência” de alguns brasileiros.
Segundo Amorim, a crise tarifária é impulsionada pela extrema direita dos EUA, principalmente por Steve Bannon, que busca desestabilizar o Brasil. Ele também mencionou dificuldades de comunicação entre o governo brasileiro e o poder em Washington.
Amorim ressaltou que a Organização Mundial do Comércio (OMC) deve ser “testada”, apesar das limitações por vetos dos EUA. Ele declarou que a crise atual é a mais complexa de sua carreira diplomática de seis décadas.
Além disso, ele defendeu que os países do Brics aumentem o comércio em moedas locais, reduzindo a dependência do dólar, a qual deseja que ocorra independentemente das vontades de líderes como Trump.