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Tarifaço de Trump: EUA são maiores produtores de etanol do mundo, mas precisam do Brasil para cumprir metas de redução de poluentes

A tarifa de 52,5% imposta pelos EUA ao etanol brasileiro pode reduzir drasticamente as exportações do biocombustível. Especialistas indicam que essa medida afetará principalmente os programas de incentivo à descarbonização no mercado americano.

Taxação dos EUA sobre etanol brasileiro

Os Estados Unidos são o segundo maior comprador do etanol brasileiro, atrás da Coreia do Sul. Porém, a nova taxa de 50% imposta por Donald Trump pode reduzir sua competitividade.

Segundo Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócios, a tarifa pode encarecer o etanol em US$ 200 a US$ 250 por mil litros.

Vale destacar que, mesmo com essa medida, os EUA não enfrentarão falta de etanol. Eles são os maiores produtores globais, mas precisam do etanol brasileiro, menos poluente, para cumprir suas metas de redução de gases de efeito estufa.

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) ainda estuda os impactos da medida, mas o presidente Evandro Gussi mencionou que o Brasil já está mirando outros mercados, como a Coreia do Sul e o Japão.

Taxas de importação:

  • Tradicionalmente, importadores americanos pagam 2,5%.
  • Taxa aumentou para 12,5% após tarifa de 10% imposta em abril.
  • A partir de 1º de agosto, a tarifa será de 52,5%.

Os EUA importam etanol brasileiro devido a programas de incentivo, como o Renewable Fuel Standard, e porque o etanol do Brasil é o mais sustentável entre os produtores.

Gussi explica que a indústria brasileira utiliza bagaço de cana para produzir energia, resultando em menores emissões de CO2 (21 gramas, contra 60 gramas do etanol americano).

Com a elevação dos custos, a tendência é que os EUA importem menos etanol brasileiro, afetando sua capacidade de cumprir metas de descarbonização.

Marcelo Di Bonifacio Filho, da StoneX Brasil, acredita que o programa nacional de incentivo a biocombustíveis será o mais impactado.

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