Tarifaço de Trump: Lista de isenção mostra espaço para alívios adicionais
Tarifa de 50% sobre importações brasileiras indica motivações políticas e efeitos econômicos limitados. Isenção para 44,6% das exportações pode mitigar danos, mas dependência de produtos como café e aço gera incertezas no mercado americano.
Tarifa de 50% sobre importações brasileiras é oficializada pelo governo dos EUA, com uma lista de itens isentos de 40% adicionais. O impacto econômico é considerado mais limitado do que o esperado, devido a motivações políticas e à sensibilidade econômica.
O governo dos EUA está preocupado com efeitos inflacionários e o aumento dos custos para consumidores e empresas. Apesar disso, o presidente Jerome Powell reconheceu que as tarifas estão afetando os preços, mas acredita em impactos temporários.
No Brasil, 44,6% das exportações em 2024 entrarão na lista de isenção com tarifa inicial de 10%, enquanto 35,9% ficarão sujeitas à tarifa total de 50%. Produtos como café, carnes e açúcares estão entre aqueles que sofrerão impacto.
O café é crítico, com 85,2% da produção brasileira exportada, e é esperado que receba tratamento diferenciado. O Brasil também é vital para os EUA no fornecimento de aço semiacabado, representando 61,4% das importações americanas.
As carnes têm baixa dependência nos EUA, com apenas 13% do consumo doméstico proveniente do Brasil. Apesar disso, os impactos econômicos para o Brasil em 2025 e 2026 são estimados entre 0,2 p.p. e 0,4 p.p. de crescimento.
No geral, o efeito sobre a economia brasileira tende a ser limitado, e a não-retaliação e tentativas de negociar isenções são vistas como estratégias promissoras para minimizar danos.
Alessandra Ribeiro e Silvio Campos Neto, economistas da Tendências Consultoria, destacam a importância da diversificação de mercados e acordos comerciais como forma de adaptação.